DESEJOS

tudo que sonhamos ser são homens na multidão...

RESGATES

Ontem voltei ao passado, até um lugar de paz. sem cortinas, sem janelas, sem paredes. sem nada ou ninguém, um lugar de onde uma distante referência me chamava à atenção me lembrando que por mais vazio e sozinho que esteja sempre haverá um quarto de solidão no escuro da sala e um retalho de seda branca sobre a cama.

REFERÊNCIAS

Diana, Dolores, Freak, Península, alemães,americanos, americanas, Terê, Teresa, Santa Teresa, molduras, janela sem cortinas, cortinas na janela, fita crepe, crepe de banana, banana com Nescau, Deedlit, grifos, cinema, teatro, mini séries, casa de cultura Laura Alvim, cultura inútil, verão, inverno seco em Brasília, festa junina, navios, veleiros, Maracanã, Fla x Flu......

SONHOS EM FITA CREPE

Era uma rua asfaltada, em curva. O poste à margem do asfalto, formava uma capa negra e uniforme. Era noite e ao lado do carro estacionado junto ao meio fio havia mais alguém. Pacientemente ele ia cobrindo a massa negra de pixe com uma fita crepe gigante, que devia ter cerca de meio metro de largura. À medida que ia colando a fita ao chão, ficava espantado e ao mesmo tempo feliz ao notar que a longa fita ia se curvando, de modo a se adaptar perfeitamente ao desenho da via, sem deixar nenhuma imperfeição, dessas que notamos ao se colar um durex ou algo semelhante em curva, era o asfalto ficando em tom de bege como que por mágica, algo que no mundo real era parecia impossível, que bem ali acontecia, diante de seus olhos e sem nenhum esforço. Ao ver tudo aquilo, ele olhou para a pessoa que ao lado do carro, sorria de felicidade ao perceber que ele finalmente começava a seguir algo que lhe fora ensinado. Naquele momento então ele percebeu que podia moldar o caminho como lhe conviesse.Seguindo o caminha que quissese.

AVALIAÇÕES

Um domingo qualquer, de uma semana que não vem ao caso. Pensamentos, idéias, conclusões, fatos acontecidos, acontecimentos pontuais. E outros nem tanto. Avalio a situação, repenso os testes, analiso os resultados. A que conclusão que chego? Que é tudo mentira, erros já cometidos, recorrentes e infinitos. Cansei. Não quero mais. Vou dar valor a quem merece. Não que seja isso sinal de desistência, mas dar murro em ponta de faca é burrice. Seguir um padrão é uma coisa, insistir em algo para me testar é outra, completamente diferente. Chega. Deu. Acabou. Garanto que quem sai perdendo disso tudo não sou eu. Muito pelo contrário, melhor que seja assim.

RETORNO

Tudo volta, as coisas acontecem de novo e de novo, Diana, ciclos, eternos retornos, troféus, prêmios e títeres. As dúvidas são as mesmas, orientam a conversa e os acontecimentos, aviadores voando baixo sobre nossas cabeças, o hermetismo recorrente e a mesma pergunta de sempre: terá um fim próximo tudo isso? . Ansiedade em resolver, em perguntar, em responder, em fazer. Em chegar ao fim... Mas onde é o fim? Aliás, existe fim?

EU CANHOTO

A pressa me atropela. A ânsia de me escrever, de gritar, de gozar, de me comer. Tenho fome, sinto sede, uma coisa acaba me levando a várias outras. Penso no passado, e acabo por resgatar emoções indescritíveis, que em vão tento descrever, as tornando então mais presentes na minha forma de ver o mundo... Uma ótica canhota, uma forma 'ao contrário' uma maneira única. Já me chamaram e louco, de caótico, já me disseram que sou idiossincrásico demais. Porra. Quem não é? Todos temos uma forma única (e idiossincrásica) de ser. Sou assim, me ame quem quiser. E fodam-se todos os outros.

DEU BRANCO

Deu um branco enquanto ouvia Herbie Hancock na madruga, eram 4 e pouco da manhã, e me peguei pensando sobre algo quanto à criatividade , sou dispersivo ao extremo, hiperativo com certeza, e mega ansioso. Agora entendo o silêncio. Nele percebemos que temos muito mais a oferecer que o que de fato oferecemos. Mais ou menos como se nos guardássemos, talvez como uma forma de defesa. Inclusive isso me fez voltar a um outro momento. Mas não é hora pra isso. Talvez num futuro próximo, fale melhor sobre isso. Tenho que pensar um pouco.